sábado, 17 de abril de 2010

E assim continuamos...


O mais difícil, talvez não seja admitir que Ele exista. Não se o transmutarmos à um amigo imaginário. Ele aparece e desaparece segundo a minha vontade. “Seja feita a minha vontade, Senhor”.
“Quão Te amo, preciso de Ti, todos sumiram...”
“Ah! Agora não, preciso ter meu tempo.”
Afinal, ele não é tão grande assim. A sombra do Altíssimo não nos persegue.
Tristeza?
“Ó Senhor, por que fazes isso?”
Alegria?
“Bem, que sorte a vida nos agradar assim, né? De uma hora pra outra. Sem motivo. Sem razão.”
Deus se torna nosso brinquedo – assim achamos. Nós é que somos os narradores, ele personagem. E seguimos a vida, realmente acreditando que somos os fiéis reformadores do ímpio mundo.
E Deus observa tudo. Reflete. Chora. Ama. Age, até onde pode agir.
De repente: um susto. Deus não some quando desejaríamos que sumisse. Passamos tanto tempo dizendo que queremos tê-lo tão perto,e quando Ele aparece nos irritamos.
“Eu só quero um pouco mais da vida”
Mas ele continua, com lágrimas, mas continua. Sendo tratado como brinquedo, mas ainda insiste. Vendo a quem ama desprezá-lo mas ainda espera dizermos:
“Ainda está aí?”
“Eu só quero te dar um pouco mais de vida” – Ele diz.
Ele disse-me.

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