domingo, 13 de junho de 2010

Pecado fatal



O que significa pecar contra o Espírito Santo? (Mt 12:31 e 32)


Por Alberto R. Timm
A questão do pecado contra o Espírito Santo é mencionada por Cristo no contexto da cura de um endemoninhado cego e mudo (Mt 12:22-32; Mc 3:20-30). Essa cura levou “toda a multidão” que seguia a Jesus a indagar se não seria Ele, “porventura, o Filho de Davi”. Mas os fariseus, invejosos da popularidade de Jesus, contestaram: “Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios” (Mt 12:23 e 24). É evidente que os fariseus atribuíam a Satanás a obra que o Espírito de Deus realizava através de Cristo.
Para entender melhor o assunto, é preciso lembrar que uma das obras mais importantes do Espírito Santo é levar os seres humanos ao arrependimento dos seus pecados e à aceitação de Cristo como Salvador e Senhor. Mas essa obra acaba sendo neutralizada na vida daqueles que resistem persistentemente aos apelos do Espírito Santo. Assim, entristecem o Espírito Santo (Ef 4:30) e apagam a Sua influência sobre a consciência individual (I Ts 5:19). Com o coração endurecido pelo orgulho (Hb 3:7-15), perdem a sensibilidade espiritual e as percepções morais, e acabam formando uma escala de valores distorcida, na qual a obra do Espírito Santo é muitas vezes atribuída a Satanás e a de Satanás, ao Espírito Santo.
Nas Escrituras encontramos vários casos de pessoas que pecaram contra o Espírito Santo. Por exemplo, Faraó, diante do qual Moisés e Arão realizaram grandes sinais e maravilhas, endureceu o seu coração a ponto de o Espírito de Deus não mais ter acesso a ele (Êx 5 a 12). Judas Iscariotes não permitiu, a despeito das advertências de Cristo (Mt 26:21-25), que o Espírito Santo o dissuadisse de trair
o Mestre. Já Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo e foram punidos por isso (At 5:1-11). Sem dúvida, essas pessoas se perderam porque não permitiram que o Espírito Santo as levasse ao arrependimento.
Por outro lado, a Bíblia menciona também alguns indivíduos que se afastaram de Deus e acabaram se arrependendo. Sansão, a respeito do qual é dito que “ele não sabia ainda que já o Senhor Se tinha retirado dele” (Jz 16:20), clamou depois e a sua oração foi atendida (Jz 16:28-30). Seu nome aparece entre os heróis da fé (Hb 11:32). Manassés foi talvez o pior rei hebreu, mas, após ser levado em cativeiro pelo exército assírio, ele se humilhou perante Deus e empreendeu uma significativa reforma religiosa em Judá (II Rs 21:1-18; II Cr 33:1-20). Esses exemplos revelam que mesmo casos aparentemente sem esperança podem ser revertidos, se a pessoa se humilhar perante Deus e clamar por socorro.
O problema dos fariseus é que o orgulho e a auto-suficiência os haviam endurecido a ponto de não mais perceberem os milagres de Cristo como sinais operados “pelo Espírito de Deus” para evidenciar a chegada do “reino de Deus” (Mt 12:28). Como o arrependimento é a condição para o perdão dos pecados (At 2:38), eles jamais seriam perdoados enquanto continuassem atribuindo a Satanás a própria obra do Espírito Santo efetuada para levá-los ao arrependimento.
Diante disso, podemos concluir que o pecado contra o Espírito Santo é jamais reconhecer os próprios erros. Enquanto a pessoa reconhece que está errada e que deve mudar, ela pode ter certeza de que não foi longe demais. Aqueles que indagam se por acaso não cometeram o pecado imperdoável demonstram por essa atitude que sua consciência não perdeu completamente a sensibilidade. Quando a pessoa não mais reconhece seus próprios erros, ela se encontra no caminho perigoso. Mesmo assim, não podemos perder a esperança. Experiências como as de Sansão e Manassés revelam que mesmo pessoas totalmente degeneradas podem voltar a Deus, se derem ao Espírito Santo a oportunidade de realizar a Sua obra regeneradora.
Fonte: Sinais dos Tempos, novembro/dezembro de 2003, p. 30 (usado com permissão)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O que a Bíblia diz sobre a dança?




Por Alberto R. Timm


Uma análise das referências bíblicas à dança revela o fato de que as danças israelitas consideradas como apropriadas eram de natureza litúrgica, sendo acompanhadas por hinos de louvor a Deus. Elas eram geralmente praticadas entre grupos de pessoas do mesmo sexo e sem quaisquer conotações sensuais (ver Êx 15:20; Jz 11:34; 21:21-23; I Sm 18:6; II Sm 6:14-16; I Cr 15:29).
A Bíblia fala também de pelo menos duas ocasiões em que pessoas estavam envolvidas em danças inadequadas. A primeira delas foi a dança idolátrica dos israelitas no contexto da adoração do bezerro de ouro (Êx 32:19). A segunda foi a dança da filha de Herodias para agradar o rei Herodes e seus convidados, no banquete em que João Batista foi executado (Mt 14:6; Mc 6:22).
Embora os judeus nos dias de Jesus continuassem praticando a dança (ver Lc 15:25), não encontramos nenhuma evidência no Novo Testamento de que a igreja cristã primitiva perpetuasse tal costume. Há quem sugira que esse rompimento cristão com a dança deve-se à degeneração desde já no tempo de Cristo.
Em contraste com as danças litúrgicas do período bíblico, a maioria das danças modernas são praticadas sob o ritmo sensual das músicas profanas, que desconhecem completamente o princípio enunciado em Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvou existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Grande parte das danças de hoje tem-se transformado em um dos maiores estimuladores do sensualismo. Mesmo não se envolvendo diretamente em relações sexuais explícitas, seus participantes geralmente se entregam ao sensualismo mental (ver Mt 15:19-20), desaprovado por Cristo em Mateus 5:27-28: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.”
Há aqueles que endossam as danças particulares entre cônjuges unidos pelos laços matrimoniais. Embora tais práticas pareçam inocentes à primeira vista, elas representam o primeiro passo rumo a estilos mais avançados de dança, integrando eventualmente o casal a grupos dançantes. Seja como for, o cristão dispõe hoje de outras formas de integração e entretenimento sociais mais condizentes com os princípios bíblicos de conduta do que a excitação e o sensualismo promovidos pela maioria das danças modernas.
Fonte: Sinais dos Tempos, novembro de 1997, p. 29 (usado com permissão)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Voto Naturalista

Creio firmemente que todas as crenças surgiram por necessidade e não pela humana capacidade de perceber a verdade (que é inexistente), assim todas podem ser explicadas através da verdadeira crença evolucionista.







Veja também:

http://porquecreio.blogspot.com/2010/05/as-mais-novas-biblias-de-estudo.html

sábado, 17 de abril de 2010

E assim continuamos...


O mais difícil, talvez não seja admitir que Ele exista. Não se o transmutarmos à um amigo imaginário. Ele aparece e desaparece segundo a minha vontade. “Seja feita a minha vontade, Senhor”.
“Quão Te amo, preciso de Ti, todos sumiram...”
“Ah! Agora não, preciso ter meu tempo.”
Afinal, ele não é tão grande assim. A sombra do Altíssimo não nos persegue.
Tristeza?
“Ó Senhor, por que fazes isso?”
Alegria?
“Bem, que sorte a vida nos agradar assim, né? De uma hora pra outra. Sem motivo. Sem razão.”
Deus se torna nosso brinquedo – assim achamos. Nós é que somos os narradores, ele personagem. E seguimos a vida, realmente acreditando que somos os fiéis reformadores do ímpio mundo.
E Deus observa tudo. Reflete. Chora. Ama. Age, até onde pode agir.
De repente: um susto. Deus não some quando desejaríamos que sumisse. Passamos tanto tempo dizendo que queremos tê-lo tão perto,e quando Ele aparece nos irritamos.
“Eu só quero um pouco mais da vida”
Mas ele continua, com lágrimas, mas continua. Sendo tratado como brinquedo, mas ainda insiste. Vendo a quem ama desprezá-lo mas ainda espera dizermos:
“Ainda está aí?”
“Eu só quero te dar um pouco mais de vida” – Ele diz.
Ele disse-me.

quinta-feira, 18 de março de 2010

"São meras repetições"



"Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;"
(I Pedro 2:2)

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Cânon e o Texto do Novo Testamento

 Por Robert H. Gundry


Perguntas Normativas:

- Como conseguiu viver a Igreja primitiva, no começo, sem o Novo Testamento?
- Como foi, então, que o Novo Testamento veio a ser considerado pela Igreja como uma autoridade coletânea de livros?
- Como sabemos que o nosso Novo Testamento exibe uma versão substancialmente acurada do que o seus autores originalmente escreveram?


O CÂNON

O Cânon do Novo Testamento consiste dos livros aceitos pela Igreja primitiva como Escrituras divinamente inspiradas. O termo cânon a princípio significava vara de medir, mas terminou adquirindo o sentido metafórico de padrão. No que tange ao Novo Testamento, refere-se àqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão autoritativo de crença e conduta.

No princípio, os cristãos não contavam com qualquer dos  livros que figuram em nosso Novo Testamento. Assim sendo, eles dependiam do Antigo Testamento, de uma tradição oral acerca dos ensinamentos e da obra remidora de Jesus, e de revelações diretas da parte de Deus, por meio dos profetas cristãos. Mesmo depois de já terem sido escritos os livros do Novo Testamento, muitos desses livros não haviam ainda sido geograficamente distribuídos por toda a Igreja. E antes de serem colecionados para formação do Novo Testamento, escritores cristãos haviam produzido alguns outros livros – alguns bons, e  outros de inferior qualidade. Livros como as epístolas de Paulo e os evangelhos receberam reconhecimento canônico de imediato. Mas uma autoridade incerta levou outros livros, como Hebreus, a serem postos em dúvida por algum tempo. 

A Igreja primitiva hesitou em adotar a segunda epístola de Pedro, porquanto no grego o seu estilo difere da primeira epístola de Pedro, e isso fez surgirem dúvidas sérias quanto à sua reivindicação de ter sido escrita pelo apóstolo Pedro. Por causa de sua brevidade e circulação limitada, alguns desses livros simplesmente não se tornaram conhecidos em círculos suficientemente amplos para serem aceitos de proato no cânon.

Citações extraídas dos livros do Novo Testamento, e isso de maneira autoritativa, pelos primeiros pais da Igreja, ajudam-nos a reconhecer quais livros eles reputavam canônicos. Mais tarde, a Igreja compilou listas formais de livros, ou cânone. Um dos primeiros foi o cânon de Márciom (cerca de 144 D.C.). Um herege gnóstico, Márciom ensinava a existência de um severo Deus do Antigo Testamento e de um amoroso Deus do Novo Testamento, que se oporiam mutuamente, e também que Jesus Cristo viera como mensageiro do amoroso Deus do Novo Testamento, que fora morto por instigação do deus do Antigo Testamento, que Jesus confiara o evangelho aos doze apóstolos, mas estes não tinham evitado a corrupção do mesmo e que Paulo se tornara o único pregador do verdadeiro evangelho. Assim, pois, Márciom selecionava apenas aqueles livros que ele considerava livres do Antigo testamento e do Judaísmo, e contrários aos mesmos – Lucas (com algumas omissões) e a maior parte das epístolas de Paulo. A violenta reação de cristãos ortodoxos contra a breve lista preparada por Márciom demonstra o fato que, como um todo, a Igreja já havia aceito os livros do Novo Testamento que Márciom rejeitava. Noutros particulares, o cânon de Márciom não teria causado tanta perturbação. No século IV D.C. todos os nossos livros do Novo Testamento já haviam sido reconhecidos de modo geral, ao passo que outros livros tinham sido rejeitados. Os concílios eclesiásticos dos séculos IV e V D.C. meramente formalizaram a crença e a prática então existente, no que concerne ao cânon do Novo Testamento.

            Somos levados a crer que Deus guiou providencialmente a Igreja primitiva em sua avaliação de vários livros, pelo que aqueles que realmente forma inspirados tornaram-se aceitos, ao passo que aqueles que não eram inspirados, embora ocasionalmente aceitos como dotados de nível não- autoritativo, foram rejeitados do cânon. O processo de seleção precisou de algum tempo, e levantaram-se diferenças de opinião. Porém, podemos estar gratos porque a Igreja primitiva não aceitou certos livros sem a devida avaliação, e , algumas vezes,sem debate. A maioria dos leitores que faz a comparação dos escritos sub-apostólicos e dos livros apócrifos do Novo Testamento com os livros canônicos do Novo Testamento, de todo coração endossa o julgamento crítico dos cristãos primitivos.

            Diversos critérios de canonicidade têm sido sugeridos, como a consonância com a doutrina oral apostólica do primeiro século de nossa era, ou como o efeito moral edificante. Não obstante, alguns livros capazes de edificar a seus leitores não conseguiram atingir estado canônico na Igreja. Outro tanto se pode dizer quanto a alguns livros que levavam avante a tradição da doutrina apostólica. O critério mais importante – de fato, crucial – era o da apostolicidade, isto é, autoria da parte de um apostolo, e, por conseguinte, também haver sido escrito numa data dentro do período apostólico.

            Marcos foi companheiro tanto do apóstolo Pedro quanto do apóstolo Paulo. Lucas foi companheiro de Paulo. E quem quer que tenha sido o autor da epístola  aos Hebreus, exibe contatos teológicos bem próximos de Paulo. Tiago e Judas eram meio-irmãos de Jesus, associados dos apóstolos na primitiva igreja de Jerusalém. Tradicionalmente, todos os demais autores cujas obras fazem parte do Novo Testamento eram apóstolos -  Mateus, João, Paulo e Pedro. A crítica moderna lança dúvidas sobre a exatidão da atribuição tradicional a certos autores. Essas questões são tratadas individualmente em seções posteriores deste livro. Porém, mesmo segundo ponto de vista críticos negativos, usualmente não é negado que livros não apostólicos tivessem sido escritos, dentro da tradição apostólica, por seguidores dos apóstolos.O próprio Jesus asseverou a total autoridade do Antigo Testamento como Escritura.³ Outrossim, conferiu às Suas próprias palavras e ações um privilégio igualmente autoritativo, e prometeu aos apóstolos que o Espírito Santo haveria de relembrar-lhes a significação do mesmo (João 14:26; 16: 12-15). O cânon do Novo Testamento, pois, é o registro e a interpretação autoritativa da revelação que Deus fez de Si mesmo por meio de Jesus Cristo – um registro interpretativo autenticado pelo nosso Senhor em pessoa, cuja perspectiva acerca de Suas próprias palavras e ações, agora escritas e explanadas pelos apóstolos e seus associados, certamente não era menos que Sua perspectiva acerca do Antigo testamento como a Palavra de Deus.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Imanência (II)

Porque eu sinto, sim eu percebo
Sou os piores dos perdidos
E a dor que inunda meu ser inteiro
Canta de momento nunca vividos.

E se faltam dizeres pra mostrar
Da aflição que me prende a mim
Finjo a alegria para em mim atar
Uma historia, imaginada, sem fim.

Mas Tua Graça, ainda me completa
Ainda me diz ditos inaudíveis
Ainda me mostra na escuridão certa
A clareza de mundos  invisíveis.

About me