Deus se importa?

A grande pergunta a ser feita talvez não seja "Deus existe?", mas sim, se Deus existe mesmo, será que ele me ama? Lembro de quando li A anatomia de uma dor de C.S. Lewis. Depois de ter perdido a segunda esposa, ele apelidou Deus de "Sadista Cósmico". Depois esse escreve que o medo dele não era que duvidasse da existência de Deus,  isso era bem claro, o medo dele era duvidar que esse Deus o amava ou não. Qualquer um pode ser levado a uma crença em Deus, muitas vezes através da razão, mas quando a dor nos fere, e nos sentimos como um brinquedo de um "Sadista Cósmico" ao lado da razão tem que haver a fé. Acho que muita dor poderia ser diluída se soubéssemos mesmo a definição das coisas. Pensamos em fé, e imaginamos um pulo no escuro. Quando nos falam de Deus, imaginamos alguém sem personalidade. Quando lembramos do Espírito Santo, pensamos em uma brisa. Quando pensamos em amor, nos detemos em um sentimento arrebatador que nos leva até as maiores alturas.

No fim das contas, somos nós que agimos como "sadistas", achamos que criamos a idéia de Deus e de seu caráter, então esperamos que ele aja segundos nossas expectativas. Nós queremos controlar Deus. Não lembramos que na Bíblia, é Deus que se apresenta a nós. É o próprio Criador de todas as coisas descrevendo sua personalidade. E isso intriga, e anima. Deus sempre tenta se distanciar do esperado. Ben Witherington III, ao falar sobre Jesus, diz que esse tinha uma personalidada que fugia aos moldes e fórmulas.

Aí está algo bem importante para entedermos quando o assunto é o amor. Deus é inesperadamente romântico. Ele, como diria Lewis, "corteja" o ser humano. E como o maior dos amantes, Ele persiste mesmo quando seu amor é renegado.

Chego a uma conclusão, e  acho que Lewis já chegou nela há muito tempo: as dificuldades da vida são mais para que venhamos a descobrir o que achamos verdadeiramente de Deus e sobre a vida.